Artigo - Oduvaldo Donnini - Texto pulicado na nos jornais do Grupo 1 – 17/05/2019
Texto pulicado na nos jornais do Grupo 1 – 17/05/2019
SEGUNDA CARTA AO GOVERNADOR JOÃO DORIA AS FERROVIAS SÃO IMPRESCINDÍVEIS E PREMENTES
Logo após as eleições do ano passado e, portanto, antes de sua posse, escrevei nesta coluna a matéria intitulada “CARTA AO FUTURO GOVERNADOR DE SÃO PAULO JOÃO DORIA”, em que preconizei a premência na construção e recuperação de nossa malha ferroviária. Demonstrei naquela oportunidade que uma viagem ligando São Paulo, a maior e mais importante cidade da América Latina, a Santos, maior porto, poderia demorar três horas de viagem para pouco mais de 70 quilômetros.
O mesmo sucede da Capital a Campinas ou Sorocaba, dependendo do tráfego. Não tem mais sentido, em pleno Século XXI, abandonarmos um meio de transporte de energia limpa e ficarmos reféns do caótico trânsito de todas as cidades médias e grandes, além dos constantes congestionamentos nas rodovias.
É indispensável que vençamos o “lobby” das montadoras de veículos que, como sabemos, impedem a retomada das ferrovias. Se houvesse uma ligação do metrô paulistano com trens, que não necessitam ser de alta velocidade, na medida em que as distâncias são pequenas, poderíamos chegar à baixada santista, Campinas ou Sorocaba em 30 minutos. Da mesma forma, em menos de duas horas estaríamos em Ribeirão Preto.
Se o Brasil, por interesses escusos, destruiu suas ferrovias, cabe ao governo do Estado de São Paulo dar o exemplo e fazer o que deveria ter sido realizado há décadas, ou seja, construir ferrovias para não depender exclusivamente de rodovias e seus caminhoneiros. Soma-se a isso o fato de se diminuir os acidentes nas estradas, provocados, em sua maioria, por veículos pesados.
Para a implementação de novas e
eficientes linhas de estradas de ferro seria mais adequada a utilização de
Parcerias Público-Privadas (PPPs). Sem isso, continuaremos a ter um fluxo de
milhares de veículos que chegam e saem todos os dias de São Paulo, que poluem e
agravam ainda mais nosso já insuportável trânsito paulistano, sem falarmos da
inegável interação cultural entre tantas universidades e centros de pesquisa
paulistas que estão, a cada dia, mais distantes uns dos outros. Governar, atualmente,
é também construir estradas, mas preferencialmente as de ferro, com a máxima
urgência.
O. Donnini, advogado e jornalista.